quarta-feira, 8 de junho de 2011

Aprendi tudo, menos a ter coragem.

Estou meio frustrada!
Ainda não consegui colocar em prática as coisas que aprendi no hospital.
Saí de lá cheia de planos e super empolgada para fazer tudo o que eles me ensinaram. Só não imaginei que seria tão difícil adequar essas novidades à minha rotina.
A maior dificuldade é conseguir uma companhia. Ainda não saio sozinha na rua. Apesar de ter aprendido a me virar direitinho (subindo, descendo e transpondo obstáculos), ainda tenho medo. Não dá pra botar a cara na rua sozinha de uma hora pra outra e todas as pessoas ao meu redor (marido, pai, mãe, irmão) já têm sua rotina, seu dia-a-dia definido e corrido. Quem vai parar pra me atender, pra andar comigo pra cima e pra baixo?
Além disso, ainda não encontrei uma academia com acesso a cadeirantes próxima da minha casa. As academias acessíveis ou ficam longe e/ou são caríssimas, totalmente fora do meu orçamento.
Também tentei me matricular na natação, mas como já estamos em junho e nas férias de julho todas entram de recesso, dancei! Só em agosto!
Por fim, o basquete! Conheço o time, já tenho o telefone do treinador, já existe uma resposta positiva para participar dos treinos, mas ainda não aconteceu! Pelo simples fato de não ter quem me acompanhe, quem me leve até lá e me traga de volta.
Maldita dependência!!! Preciso perder o medo! Preciso criar coragem para sair sozinha! Se tantos conseguem, porquê eu não?
Estou frustrada por quê achei que o que faltava pra mim era aprender a fazer malabarismos. Não era! Isso eu já sei fazer! O que me falta é coragem, e isso ninguém pode me ensinar a ter.

2 comentários:

UM DIA DE CADA VEZ E SEMPRE... disse...

Oi Deidy.
Te entendo muito. É como se precisassemos aprender a viver sozinha, como se fosse outro mundo paralelo aquele que conhecemos. Mas aquele que conhecemos, onde nossos amores vivem tem outra velocidade . Muitas vezes não consiguimos acompanha-los mas sabemos todos os seus passos. E nos que fomos jogados pelo destino (para não dizer outra coisa) temos que nos adaptar e principalmente aprender a depender, a pedir mais atenção. Atenção não por carência, pois isso acho que vc consegue se resolver mas atenção por necessidades muitas vezes fora do nosso controle.
Tudo é novo, esse mundo lá fora assusta ,por isso digo que é outra vida. MAs temos que pedir ajuda sim, nossos amores estão ao nosso lado. Temos que conversar com eles sobre nossos sentimentos, medos, angustias, desejos, só assim eles vão poder nos ajudar da maneira que deve ser. Procure sair em final de semana com eles, vão no barzinho próximo de sua casa, vã no sacolão sei lá, vão onde você desejar...
Sei que muitas vezes sem querer inventamos desculpas para as pessoas não nos verem na cadeira.É diferente quando saimos para longe de nossa casa, onde pessoas não nos conhecem, onde não vão nos perguntar nada. É muito mais fácil ir aos parques, shoppings, etc o difícil é enfrentar nossa rua, nosso bairro, nossa vida.
Acho que deve ser muito diferente de quem nasce com alguma necessidade especil pois o tempo passa e as pessoas acostumam e quando chega a adolescencia ou a fase adulta nuinguem questiona mais.
Mais quando é uma doença degenerativa, ou acidente seja qual for as pessoas sempre perguntam e ficam com aquela cara de "ai coitada". NINGUÉM É COITADA NÂO, somos fortes, mulheres bem resolvidas mas humanas que as vezes se pega a ter medo, medo do desconhecido.
Só tem uma forma dessas coisas deixarem de ser desconhecidas... Vai lá amiga e depois me conta todos os detalhes.

Beijos e fique com Deus

Deidy disse...

Obrigada Marcinha! Vc tem toda razão! Meu marido sempre me diz que eu preciso deixar o orgulho de lado e expressar minhas vontades e necessidades. Na verdade, não é bem orgulho. É o desejo de não incomodar mais. Quero ser o mais independente possível para não ter que fazer as pessoas se ocuparem demais comigo. Faço de tudo para que eles levem a vida deles sem a obrigação de se dedicarem a mim mais que o necessário. É muito difícil, mas acredito que é possível.
Eu não tenho medo de me expor, muito pelo contrário! Vou ao shopping, ao supermercado, à feira, às festas e até à praia! Mas sempre acompanhada. Sozinha, nunca! Me sinto insegura, vulnerável. Esse é o medo que eu preciso vencer. E vou conseguir, se Deus quiser!
Grande beijo, querida!

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