quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Primeiro beijo.

Preciso registrar,
hoje fazem 15 anos que Elmir e eu trocamos nosso primeiro beijo!!!
Estranho perceber que o tempo passa tão depressa e a gente nem percebe.
De lá para cá, nunca mais a minha boca conheceu outra boca que não a dele. E eu me orgulho disso. Tanto, que estou preparada para beijá-lo com exclusividade até o último dos meus dias. E tomara que esse último dia seja tão bom quanto foi o primeiro!

Sobre desistir na hora do aperto.

Ufa!!! Muito tempo sem postar! Já estava com saudades. Muita coisa fervilhando na cabeça, mas vou postando aos poucos.
Fiquei longe um tempo dando apoio moral pro maridão que estava de férias do trabalho mas enlouquecido com o TCC. Quem conhece o Elmir sabe a quanto tempo ele vem empurrando a universidade com a barriga. Ele passou no vestibular em 2001!!!!!! São 10 anos tentando pegar esse bendito canudo!!! Agora só falta o TCC!!! E, acreditem, ele fala em desistir!
Meu marido não é nada persistente, nada guerreiro. Desiste das coisas no primeiro aperto que aparece. Ele tem uma facilidade incrível de abandonar tudo quando se sente pressionado de alguma forma.
Quando o conheci, ele cursava enfermagem e adorava. Era a profissão da vida dele. Mas, de repente, por causa de um desentendimento com os pais relacionado a trabalho, ele abandonou o curso no 6º semestre! De nada adiantaram os meus conselhos para que ele não desistisse. Faltava tão pouco tempo. Depois, fez vestibular para pedagogia (nada a ver com o que ele gostava de fazer mas, segundo ele, mais "fácil" de concluir). Dez anos depois e eu revivendo a mesma história da tentativa de desistência. Mas, dessa vez, acho que meus argumentos fizeram efeito. Depois de um loooongo e tenebroso papo sobre persistência, vencer dificuldades e superar desafios acho que consegui convencê-lo a continuar. Tenho tentado ajudá-lo a redigir a monografia, faço a revisão gramatical, ajudo nas pesquisas... enfim! Essa é uma novela que já dura 10 anos, mas que termina em dezembro deste ano, custe o que custar!
E a lição que eu tiro disso é que as pessoas, por mais afinidades que tenham, são sempre muito diferentes umas das outras. Reagem de formas distintas aos mesmos problemas. Desistir é uma palavra que não existe no meu dicionário! Se alguém me apresenta um desafio, nunca vai me ouvir dizer "não consigo" ou "eu não sei". A minha resposta é sempre: vou tentar. E invariavelmente, eu consigo.
O difícil é não julgar as pessoas que não têm a mesma atitude, principalmente quando essa pessoa é alguém tão próxima de vc e com a qual vc se importa tanto. A gente sempre quer o melhor para o outro. E eu sei que esse diploma pode representar uma mudança de atitude para o Elmir. Acho que vai ser bom pra ele dizer: eu desisti de desistir!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Desabafando com bom gosto

Porque até os desabafos precisam ser em grande estilo.


Poema em linha reta
Fernando Pessoa(Álvaro de Campos)


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.




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