Desde criança até hoje, eu acordo no dia do meu aniversário achando que vou encontrar algo diferente no espelho. Já estou com 32 anos e ainda não consegui me desfazer dessa crença infantil. A lógica é: se hoje eu estou 1 ano mais velha, tem que haver alguma mudança física visível, um marco de passagem. Todos os anos eu me olho no espelho no dia 18 de setembro e nunca encontro nada diferente da noite anterior.
A vida passa e a gente não percebe... Só quando a gente olha no espelho e vê a pele do rosto um pouco mais flácida e algumas ruguinhas de expressão é que a gente se dá conta de que o tempo passa pra todo mundo. Sutilmente, como quem não quer nada.
Quando a gente é mais jovem, pensa muito em beleza. Rosto bonito e corpo perfeito são metas a serem alcançadas antes do conhecimento, da sabedoria e da cultura. Com o avançar da idade, a gente já apanhou da vida o suficiente para entender o que realmente importa.
Hoje eu tenho sede de conhecimento. Quero saber de tudo um pouco. Provar todos os sabores e sentir todos os aromas. Conhecer a vida, essa é a meta!
Tem gente que tem medo de envelhecer, eu não. Tal qual um bom vinho, quanto mais velho, melhor.
Sapiência, essa é a minha sede. Mas enquanto eu não me sacio, continuo procurando no espelho as marcas da vida.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
O dia 18 de setembro de todos os anos
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