Desde que me tornei cadeirante, há quase três anos, tenho passado por muitas dificuldades. Aos poucos irei postando aqui algumas delas. Mas hoje, quero falar da pior de todas: a falta de acessibilidade.
Mais do que o preconceito, mais do que a indiscrição de algumas pessoas, mais do que a dependência, a falta de acesso em locais públicos tira o sono dos deficientes.
Eu vou a todos os lugares em que tenho vontade. E quando não há acesso, eu entro do mesmo jeito. Conheço alguns cadeirantes que se recusam a entrar em lojas, bares e quaisquer outros estabelecimentos inacessíveis. Eu não concordo com isso. Se eu der meia volta, o dono daquele local vai continuar não se importando comigo. Ao contrário disso, eu uso os meus atributos femininos. Faço a cara mais sorridente do mundo e falo pra ele: Eu atravessei a cidade só pra vir aqui no seu restaurante (por exemplo) comer aquele empadão de ricota com manjericão que só vocês sabem fazer, mas não tem uma rampa pra eu subir. E agora, volto pra casa com fome?
Acreditem, sempre funciona!!! Eles mobilizam funcionários para carregar a cadeira, afastam mesas e me dão toda a atenção! Enquanto isso, eu aproveito pra falar sobre a importância do acesso no local.
Temos que lutar pelos nossos direitos. Mas lutar pacíficamente, educadamente, sem barracos, na classe! Não se consegue nada no grito. Isso vale para tudo na vida.
segunda-feira, 28 de março de 2011
Lutando com classe
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