segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Balanço de 2012.

Bom, chegou a hora de listar as coisas boas e ruins deste ano.
De ruim, só me aconteceu uma coisa. Mas foi a pior coisa que poderia ter acontecido, a mais difícil, a mais complexa... mas já passou! Deixa pra lá!
De bom, muito mais coisas. Que compensarão cada tristeza vivida.

  • Voltei a estudar! Retomei a faculdade e foi o melhor acontecimento do ano. Estou sendo uma aluna aplicada e isso tem consumido todo o meu tempo. Tenho exercitado o pensamento crítico mais do que já fazia antes e isso é maravilhoso!
  • Conheci pessoas novas. Na faculdade, muita gente já entrou para o rol dos "amigos pra toda a vida". Adoro conhecer pessoas novas porque aprendo com suas histórias de vida. 
  • Fiquei mais independente!!! Esta, sem dúvida, é a minha maior vitória de 2012. Vou sozinha à faculdade, ao médico, ao shopping, ao cinema... Lógico que é difícil e que eu ainda tenho medo, mas o que seria da CORAGEM se não existisse o MEDO???
  • Estou aprendendo a dirigir. Tenho pavor, mas vou superar, eu sei. E aí, ninguém me segura mais! kkk

Muitas outras coisinhas legais aconteceram, reencontrei pessoas queridas, experimentei novos sabores, novos cheiros... enfim! O saldo, sem dúvida, foi positivo! Agora, vou esperar 2013 chegar com todas as suas novidades.
FELIZ ANO TUDO NOVO!!!!!

domingo, 30 de dezembro de 2012

Desapegando...


Vou entrar em 2013 com as finanças no vermelho! Gastei mais do que podia em uma pequena reforma que fiz em casa. Alguns reparos na alvenaria, pintura geral, troquei uma janela e coloquei grades. Ah, também troquei de quarto com a Cecília. Isso tudo faz parte do projeto DESAPEGO.

É incrível como a convivência prolongada nos torna dependentes! Quando meu ex-marido finalmente se mudou, levou consigo apenas roupas, documentos e objetos pessoais ( Mas nem todos. Livros, cds e dvds que foram comprados juntos são dificílimos de separar! rsrsrs), mas deixou um vazio tão grande como se tivesse levado todos os móveis da casa! Para todos os lados em que eu olhava, lembrava de alguma coisa, de um momento divertido, de uma implicância boba... Essa é a parte mais difícil de uma separação: a ausência física e as lembranças que ficam pela casa. 
Quando a minha sogra faleceu, há 5 anos, e meu sogro resolveu, uma semana depois, que venderia o apartamento em que moravam e que doaria todas as roupas, joias e objetos pessoais dela, foi extremamente condenado. Todos o julgaram, inclusive eu, que fiquei chocada com tamanho desamor. Hoje eu consigo compreendê-lo facilmente. Nada como um dia após o outro para nos ensinar as lições da vida! Hoje eu sei o quanto é dolorido conviver com lembranças felizes de tempos que não voltarão mais... enfim!
Pois bem, quis deixar a casa com um ar diferente. É claro que não resolveu o problema, mas ajudou bastante.
Pode até não parecer, mas eu sou uma pessoa positiva. Sempre busco o lado bom da coisas que me acontecem, sem deixar de viver intensamente as coisas ruins, porque é com elas que aprendemos a viver...



Pois é, como eu ía dizendo, tenho na carteira exatamente R$15,00!!! É com eles que vou entrar em 2013!!! kkkkkkkkk Mas estou muito esperançosa de recuperar minhas finanças muito em breve. E de que o investimento inconsequente tenha valido a pena!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Clarice sabe das coisas...

"E eis que em breve nos separaremos
E a verdade espantada é que eu sempre estive só de ti e não sabia.
Eu agora sei, eu sou só.
Eu e minha liberdade que não sei usar.
Mas, eu assumo a minha solidão.
Sou só, e tenho que viver uma certa glória íntima e silenciosa
Guardo teu nome em segredo
Preciso de segredos para viver.
E eis que depois de uma tarde de quem sou eu
E de acordar a uma hora da madrugada em desespero
Eis que as três horas da madrugada, acordei e me encontrei.
Fui ao encontro de mim, calma, alegre, plenitude sem fulminação.
Simplesmente eu sou eu, e você é você.
É lindo, é vasto, vai durar.
Eu não sei muito bem o que vou fazer em seguida
Mas, por enquanto, olha pra mim e me ama.
Não, tu olhas pra ti e te amas.
É o que está certo.
Eu sou antes, eu sou quase, eu sou nunca.
E tudo isso ganhei ao deixar de te amar.
Escuta! Eu te deixo ser… Deixa-me ser!"


Clarice Lispector

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Voltando aos poucos

Muito tempo longe daqui! Na verdade, ainda não consegui colocar a minha vida nos eixos. O processo está sendo mais longo do que eu imaginei. Ando cansada emocionalmente e acho que isso tem me influenciado fisicamente. Tenho sentido muitas dores pelo corpo, enxaquecas e a minha locomoção está cada dia mais comprometida.
Preciso virar esta página o mais rápido possível! Mas não depende apenas de vontade, infelizmente.
Por mais amigável e civilizada que uma separação seja, ela sempre deixa muitas marcas, algumas mágoas, muitas arestas para aparar... enfim! Já percebi que vou precisar ainda de um bom tempo para me organizar totalmente (se é que isso é possível), e seguir em frente.
Tenho muitos projetos e, devagar, estou colocando alguns em prática. Já os sonhos, deixei todos para trás... tenho a ligeira sensação de que deus ri da minha cara todas as vezes em que eu ouso sonhar.
Volto em breve! Espero...

terça-feira, 26 de junho de 2012

Para Além da Curva da Estrada

Para além da curva da estrada 
Talvez haja um poço, e talvez um castelo, 
E talvez apenas a continuação da estrada. 
Não sei nem pergunto. 
Enquanto vou na estrada antes da curva 
Só olho para a estrada antes da curva, 
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva. 
De nada me serviria estar olhando para outro lado 
E para aquilo que não vejo. 
Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos. 
Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer. 
Se há alguém para além da curva da estrada, 
Esses que se preocupem com o que há para além da curva da estrada. 
Essa é que é a estrada para eles. 
Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos. 
Por ora só sabemos que lá não estamos. 
Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva 
Há a estrada sem curva nenhuma. 
                                                  Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Uma felicidade no meio do caos.

Já deu para perceber que eu estou passando por uma fase complicada na minha vida, né? Pois é, mais uma rasteira, mais um pontapé que a vida me dá... O processo tem sido extremamente difícil e cansativo. Às vezes (muitas vezes), sinto um aperto tão grande no coração, como se alguém o estivesse apertando com as duas mãos. Enfim... bad days!
Mas o que eu quero realmente falar hoje é sobre o lado bom. Não adianta negar, TUDO nessa droga de vida tem seu lado bom. E a coisa boa que eu conquistei essa semana, vou publicar aqui. Porque me orgulho de ter conseguido, e quero que fique registrado para que eu possa, sempre que me sentir incapaz de realizar alguma coisa, reler e reviver este momento.
Fazem 3 anos e meio que eu me tornei cadeirante e, durante esse tempo todo, NUNCA, em hipótese alguma, me atrevi a sair de casa sozinha. Nem mesmo para dar uma volta no quarteirão. Sempre tinha alguém me acompanhando, (super?) protegendo, ajudando... Isso sempre me incomodou porque eu via muitos cadeirantes sozinhos pelas ruas, levando uma vida livre e independente.
Logo no início, eu tentei muitas vezes, mas sempre tinha alguém para me desencorajar: "Tu não vais sozinha! Não tem necessidade! Eu posso te levar! A rua é perigosa! Você pode se machucar, ou ser assaltada, ou atropelada..." Estas coisas foram se tornando verdadeiras na minha cabeça e eu acabei me entregando à dependência. Na verdade, de certo modo, eu achava legal. Significava que as pessoas se preocupavam comigo, queriam ajudar, estar perto, enfim. Eu me acomodei! E a culpa não é de ninguém, só minha! Eu é que precisava colocar limites nessa superproteção.
Pois bem, na última quinta-feira, dia 21 (acho que não vou esquecer nunca esse dia) eu tomei uma decisão séria: no dia seguinte, eu iria sozinha para a faculdade. E eu fui tão contundente que o Elmir nem se atreveu a contestar, como de costume.
E assim o fiz: passei o dia inteiro mentalizando, planejando e prevendo os possíveis perrengues. À tarde, saí mais cedo que de costume e não olhei para trás. O olhar de preocupação das pessoas podia me fazer desistir. Subir no ônibus foi fácil, as pessoas ajudaram numa boa. Mas o percurso foi aterrorizante! Não vou negar, eu estava apavorada! Foram 40 minutos de total desespero, medo de não conseguir, de falhar comigo mesma... O celular toca. Era a Cecília me pedindo para ligar assim que chegasse. Na verdade, eram meus pais preocupados, eu sabia.
Descer do ônibus e tocar a cadeira por uma distância considerável, no meio da rua (porque pela calçada é impossível) e debaixo de uma chuva fininha, essa seria a maratona. Respirei fundo e fui! Tive que parar no meio do caminho algumas vezes para descansar. Meus braços ainda são fraquinhos. Numa dessas paradas, passou uma colega de sala e me ofereceu ajuda. A tentação foi grande, mas eu agradeci e recusei. Eu não podia me entregar! Era uma luta pessoal, minha comigo mesma, e eu venci! Cheguei sã e salva na faculdade e fui direto para o banheiro, onde desabei. Chorei copiosamente, mas de felicidade, por me sentir capaz e por saber que nada mais vai me parar, ou me impedir.
Liguei para casa e tranquilizei o povo. Fiz uma prova casca grossa mas com uma autoconfiança que não cabia em mim. Depois, fui com os amigos para um barzinho comemorar o encerramento do semestre e a  minha vitória. Eu não costumo beber mas fiz questão de pedir uma caipirosca. Eu merecia! E o brinde ficou por minha conta:
"Eu brindo à vida! Essa filha da puta que vive me jogando pedras. Mas hoje ela aprendeu que para me derrubar, vai ter que bater mais forte da próxima vez. Por que todas as pedradas que ela me deu até agora, eu matei no peito e chutei pro gol!"
Foi tudo tão revigorante, que eu repeti a dose no sábado e no domingo, já sem medo ou desespero.
E isso é só o começo de um longo caminho!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sobre o doloroso processo...

Primeiro vem o desespero total. A morte de tudo o que você sonhou na vida. Todos os seus planos para o futuro se desfazem, se desmancham bem na sua frente. E você é incapaz de se mover... afinal, esta decisão também foi sua. Você é totalmente responsável por isso, também.
Depois, vem a raiva. Raiva de todas as decisões mal pensadas que você tomou na vida. Raiva de ter estado inerte durante tanto tempo. Raiva por ter deixado a sua autoestima ficar tão baixa. Raiva por ter se entregado tanto e tão incondicionalmente. Raiva por permitir que tanta gente controle a sua vida.
Para amenizar a raiva, você usa as coisas boas... todos os sorrisos, os olhares, a cumplicidade, a parceria, a diversão, o aprendizado, o cuidado, o companheirismo e a amizade linda que, você sabe, não vai acabar NUNCA.
Em seguida, vem o medo. Medo de não conseguir. Medo de ser sozinho e inteiro depois de ter passado metade da vida acompanhado e dividido. Medo do que será, do que virá. Medo de ser feliz, mesmo o outro não sendo. Medo de ver o outro feliz, mesmo você não sendo. Muito medo...
Acredito que depois venha a aceitação, a resignação, a certeza de ter tomado a atitude correta, de ter feito o melhor que se pôde, enquanto ainda era tempo de preservar a melhor parte de tudo: o gostar e o querer bem.
A vida vai seguir seu curso e a única certeza que eu tenho é a de que sobreviveremos.
O desespero passa, a raiva passa, o medo passa, a tristeza se esvai... e tudo se ajeita. Para podermos iniciar um novo ciclo... sendo melhores, conosco e com os outros.
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